terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Da janela II

já é verão de novo e a gente não foi na praia ainda e eu acho que tu nunca iria mesmo
e também presumi que talvez em outro continente tu nem voltarias vivo!
dos céus do teu coração gélido
onde neva tanto que estremece
tua alma

tanto faz
"eu queria tanto ter dito o quanto eu me diverti mas eu não sabia como, acho que eles pensaram que eu não gostei do passeio, me sinto mal"
- e mais alguns postos de gasolina mãos trêmulas seguram cartões que dizem e gritam de euforia
e são caros

é que ninguém te machuca e te fere tão intensamente porque estás tão protegido em céus altos prédios altos
tantas grades e olhares tristes pra baixo que observam pedestres e vida ambulante que tem rotina e angustia nos rostos

"não faz tanto tempo assim desde o nosso último encontro, certo? -errado"
mas não tempo cronológico e sim tempo de alma constante (de novo)

não posso deixar de lembrar um dia
final de tarde te encontrei as ruas laranjas e o sol baixo
não falaste nada
depois apartamento e morfina
desculpa, é só uma ironia

eu queria que esse dia fosse amanhã
confundi algumas coisas e agora
desejo com todo meu amor que quando eu acordar seja esse dia
eu desejo tanto que me falta o ar e me doem os órgãos

(nunca foi tão ruim assim quanto o dia seguinte)

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